Todo dia - David Levithan

Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Levithan, que já escreveu romance em parceria com John Green (A culpa é das estrelas), nos leva ao peculiar universo de A., um “ser” (não sei que forma poderia chamá-lo) sem gênero que costuma viver um dia após o outro, literalmente.

De cara, achei uma premissa muito boa e criativa. Mas, à medida em que fui lendo o livro, senti falta de uma abordagem mais profunda. Pode ter sido uma saída do autor para dar dinamismo à narrativa, com tantos personagens temporários pra conhecer, mas a sensação que permaneceu é a de que a história poderia ter sido melhor aproveitada.

De qualquer forma, Todo dia é um bom livro e super fácil de ler. Não sou muito fã de dramas adolescentes (não podemos enquadrar Harry Potter nessa categoria, podemos?), mas a vida (ou as vidas) de A. é tão complicada que é interessante ver como ele lida com as limitações diárias. Se já é difícil se acostumar a um universo completamente diferente a cada 24 horas, imagine lidar com a descoberta do amor - consciente de que é praticamente impossível manter um relacionamento com alguém nessa condição - e com o cuidado de não atrapalhar a vida das pessoas cujos corpos são "roubados".

Mérito para Levithan, também, pela sensibilidade de criar uma diversidade de personagens para A. viver. Gordos, magros, ricos, pobres, homossexuais e transexuais; sempre com um cenário sutil de cunho político, decretando que, no fundo, todos somos iguais e merecemos respeito pela bagagem que carregamos.

Sem dar spoilers, posso dizer que o final é tocante, exemplificando o que, pelo menos pra mim, significa amar. Vale a leitura :)

• Skoob

3 comentários:

  1. sempre vou me perguntar onde tu acha esses livros super interessantes pra ler.

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  2. Esse foi super por acaso. Eu tava procurando alguma coisa no youtube e vi uma TAG de vlogglers que era o "Oscar da literatura". Aí vi o video de uma menina que escolheu esse como o grande vencedor, e melhor final dos livros que ela leu em 2013.

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  3. Vejo nos canais do youtube ou site todo mundo falando desse livro, eu olho para ele e não consigo "ver" se vale a pena ou não ler...coisa doida. Mas gostei do que escreveu manu, me fez ter curiosidade. ^^

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