Misery - Stephen King

Paul Sheldon é um famoso escritor de romances de época cuja personagem principal se chama Misery Chastain. Cansado de tal rótulo, Paul mata Misery em seu último livro para poder se dedicar a outros tipos de histórias. Passando pelo Colorado, após finalizar um novo romance sem relação com Misery, ele acaba sofrendo um terrível acidente na nevasca; entretanto, a sorte parece estar ao seu lado, pois ele é resgatado por uma estranha enfermeira que se auto-proclama sua fã número um. Annie Wilkes passa a cuidar de seu ídolo em sua isolada morada, sempre arranjando desculpas para não levá-lo a um hospital. Com o passar do tempo, Paul vai estranhando o comportamento de Annie, que pouco a pouco vai se revelando uma completa psicótica. Mas o pior estar por vir, porque a louca Annie acaba comprando o último livro de Misery, e mal sabe ela que Paul matou sua personagem favorita no final. Resta a Paul usar de toda sua esperteza e criatividade para escapar deste que talvez seja o maior pesadelo de qualquer escritor.

Misery foi escrito por Stephen King (diga-se de passagem, meu autor favorito) em 1987 e lançado no Brasil no ano seguinte, sob a tradução Angústia. Neste mês, a Suma de Letras relançou a obra por aqui com novo título: Misery – Louca obsessão. Como o nome já indica, adianto que sua adaptação cinematográfica, Louca obsessão, virou um clássico nos anos 90 e rendeu um Oscar de Melhor Atriz à Kathy Bates, que interpreta a ~vilã.

Stephen King é conhecido mundialmente como o Mestre do horror, com obras marcantes bem capazes de deixar marmanjos dormindo de luz acesa. Mas, em Misery, o horror da história não está ligado a monstros ou ao sobrenatural, mas sim à vulnerabilidade e crueldade humana.

A narrativa angustiante de King (aliás, nota: Misery, além do nome da personagem, significa ‘tormento’), com toques bem pontuados de humor negro, nos conduz à jornada do escritor Paul Sheldon pela sobrevivência enquanto é submetido a torturas físicas e, principalmente, psicológicas, pelas mãos de Annie Wilkes. Esta, inclusive, é uma personagem muitíssimo bem construída; intercalados a acessos de fúria e total insanidade perigosa, há momentos de genuína doçura em suas falas e atitudes, o que me deixou totalmente confusa e assustada ao constatar que, sim, senti compaixão por ela. O que, acredito, tenha sido a intenção do autor.

Mostrando completa maestria ao amarrar capítulos eletrizantes que te prendem a cada página, King mostrou um profundo conhecimento ao ato de escrever, nos apresentando o interessante processo de como um escritor (Sheldon) dá vida a um livro.

Em suma, Misery é uma das obras mais lembradas do Mestre até hoje e que merece ser lida. Mais do que nos presentear com cenas memoráveis na literatura (e cinema!) do gênero, é uma aula de como escrever bem.

Skoob

2 comentários:

  1. Nossa, agora fiquei mais ainda com vontade de ler Manu! Vou correndo comprar :D

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  2. Graças ao post da Manu, Misery, que já estava na minha lista, deu uma bela furada de fila e está entre os primeiros. Mta curiosidade de ler e ver o filme (sou super fã de Kathy Bates, a acho um gênio).

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