Memórias de um Gigolô - Marcos Rey

Memórias de um Gigolô - Marcos Rey 

"Mariano, também chamado de Tumache e Mon Gigolo nos prostíbulos paulistanos dos anos 30, foi criado pela cartomante Antonieta. Mariano aprendeu com ela a ler a sorte num baralho sebento. Era ainda um menino quando sua protetora morreu. Foi então adotado por Madame Iara, uma de suas clientes, mulher elegante e muito bem relacionada. Dona de um bordel de primeira classe, freqüentado por figurões, Madame Iara leva o garoto para viver com ela e suas "sobrinhas". Todas se encantam com ele e sua habilidade para redigir cartas. Rapidamente, Mariano vira "redator de bordéis", sua primeira profissão, e passa a ser requisitadíssimo. Já começava a ganhar dinheiro e a se vestir bem quando a rotina do prostíbulo sofre uma reviravolta com a chegada de uma nova hóspede: a jovem e sedutora Lu, a Virgem de Guadalupe, por quem ele imediatamente se apaixona. Inicia-se aí sua longa e acidentada carreira de gigolô, que seria bem-sucedida até o aparecimento do inimigo cuja existência Madame Antonieta havia previsto na leitura do baralho: Esmeraldo, o Valete de Espadas, um proxeneta que usava sapatos de duas cores, colarinho engomado, gravata estreitinha e abotoaduras de ouro falso. Mariano, que abominava tais roupas - trajava ternos de tecido inglês - passa a lutar contra ele pelo coração de Lu."


Esse é meu livro preferido. Não tenho o hábito de ficar relendo o que já li. Geralmente releituras me entediam, mas este não. Eu simplesmente não consigo parar de relê-lo.

Geralmente não gosto de narrativa em primeira pessoa, pois os personagens geralmente não adimitem seus próprios defeitos e não conseguimos confiar completamente na versão contada, mas esta é espetacular. O autor nunca deixa de mostrar todos os seus erros, suas fraquezas, sua mesquinharia e a pessoa incrivelmente engraçada e terrível que ele é.

Além de divertido e criativo, outro aspecto que adoro é que a escrita nunca é pornográfica ou ofensiva, mesmo se tratando de uma história de prostitutas e gigolôs. Muito pelo contrário, é como se fosse um poema. Eu amo a narrativa, o ritmo e tudo o mais sobre ele.

Eu tenho uma edição de 1978, que encontrei em um sebo. Já era velha quando a comprei e agora que já está completando 6 anos comigo, está mais velha ainda. Nem preciso dizer o valor sentimental que esse livro tem pra mim. Toda vez que releio, me pego gargalhando e querendo fazer com que todo mundo conheça.
SkoobE-book

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