O Anjo Mau - Taylor Caldwell



"Existem realmente pessoas nascidas sob o signo do mal: sua natureza é perversa, são criaturas que, voluntaria ou involuntariamente, espalham malefícios que atingem as que vivem em seu meio ou que delas se acercam. 



Esta é a história de um desses infelizes seres humanos, estranhamente um menino cuja aparência jamais faria alguém supor tratar-se de uma pessoa capaz de causar malefícios a quem quer que fosse. 


Um romance empolgante no qual se conta a aterrorizante sina de Ângelo, orgulho de sua mãe, que o considera a mais bela e inteligente criança do mundo enquanto que por trás do seu sorriso ingênuo e do seu encanto, no recôndito de sua alma havia tanta coisa sinistra e tortuosa! Qual era o pavoroso segredo de Ângelo e de sua personalidade que torna difícil esquecer esta obra-prima de suspense?"

O Anjo Mau é especial para mim por ter sido o primeiro livro que li, quando tinha uns 11 ou 12 anos. Então, reler esse livro agora foi como uma espécie de viagem no tempo e também muito interessante para fazer um comparativo da imagem que eu tinha do livro aos 12 anos e agora, dezessete anos depois. Por essa razão, preciso avisar que falarei um pouco da minha história também.

Um fato sobre mim é que, antes mesmo de saber ler, eu já adorava livros e os carregava para todo lugar. Contudo, gostava mais da presença deles do que da leitura em si. Isso se deve ao fato de que, sem contar com nenhuma orientação, não conseguia encontrar livros para minha faixa etária ou com o tema certo que me prendesse a atenção, o que me fez demorar até esse livro para realmente iniciar no mundo da leitura.
O Anjo Malvado (1996) 

Sempre me interessei pelo tema do mau em forma de uma criança angelical e, como adorava o filme "O Anjo Malvado" - The Good Son (1993) -, quando vi o livro na estante de uma amiga dos meus pais, acreditei que se tratava da mesma história, o que me fez implorar para que ela me emprestasse o livro. 

Na verdade, não se trata da mesma história, apenas o mesmo tema. Mas o livro lembra bastante com o filme "A Tara Maldita" -The Bad Seed (1956) - em que a pequena Rhoda é muito parecida com o Ângelo desse livro, uma criança linda e perfeita, cuja aparência não deixa as suspeitas recaírem sobre si quando as maldades são feitas. 
Outra obra mais atual que não pode deixar de ser citada dentro desse tema é "Precisamos Falar Sobre o Kevin" um livro maravilhoso e completo que não deixa absolutamente nada a desejar, tendo a trajetória de um psicopata contada pela mãe.

A Tara Maldita (1956) 

Voltando ao livro "Anjo Mau", obviamente ele foi lido e entregue à sua dona, e iniciou-se uma busca por outro exemplar, o que infelizmente nunca encontrei. Os tempos eram outros, e foi só com as facilidades que a internet traz, que consegui encontrar, depois de vários anos de busca, o livro em e-book que me permitiu a releitura.

A primeira coisa que pude notar de diferença nesta releitura foi o tamanho. Da primeira vez que li o livro, ele parecia enorme e infindável enquanto que, dessa vez ele me pareceu breve demais com apenas 190 páginas. A história se passa durante anos e o clima de mistério está sempre presente, mas me deixou carente de mais maldades do menino, com vontade de que os anos tivessem sido descritos em mais detalhes. 
  
O que me chamou a atenção na narrativa - que também só pude notar na releitura - é que ponto de vista inicia em Ângelo, mas viaja em todas as personagens do livro, o que nos permite conhecer mais sobre a personalidade e pensamentos de cada um deles, o que me pareceu bastante satisfatório para o leitor, pois nos permite entender todos os lados da história sem deixar margem para dúvidas. Também é interessante como a autora levanta várias questões sobre criação dos filhos e educação, criticando o baixo salário dos professores e a adulação excessiva com que alguns pais tratam os filhos.

Outro fator que tinha passado desapercebido na primeira leitura e mas que não pude deixar de notar agora foram os valores religiosos, citando várias vezes Deus e religião. Como não tenho religião, geralmente prefiro livros que não inclinem para esse lado. Mas acho que talvez tenha sido consequência da época em que o livro foi lançado (1965), pois como o tema é polêmico, a autora fez uma tentativa -creio eu - de amenizar um pouco o impacto que o livro teria na sociedade. Esse tipo de atitude também pode ser percebido em "A Tara Maldita" onde, no final do filme, os atores fazem uma encenação pedindo que o público não leve a mal a obra, e a atriz que interpreta a mãe da menina, a põe no colo e lhe dá umas palmadas. Creio que hoje em dia as palmadas é que seriam levadas a mal.

De qualquer maneira, achei uma boa leitura. E como as outras obras citadas acima, relativamente diferentes entre si, mas dignas de serem conhecidas por aqueles que, assim como eu, apreciam o tema. 

SkoobFórum

2 comentários:

  1. Acho esse livro incrível. Também o resenhei em meu blog num post sobre o mesmo assunto, crianças violentas. Se quiser dar uma conferida:

    http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/2014/04/sete-criancas-que-tocaram-o-terror.html

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  2. Caramba, como me identifiquei com esse post!
    Li na quase nessa idade e foi o primeiro livro que eu li com mais de 100 páginas.
    Gostei tanto que carregava por aí.
    Acabei perdendo em um intercâmbio da escola. Em 2015 procurei tanto esse livro mas não achei.
    É ótimo e ainda um dos meus preferidos.

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