O Lado Bom da Vida - Mattew Quick

Pat Peoples está de regresso ao mundo da normalidade da vida familiar em casa de seus pais após ter permanecido numa instituição psiquiátrica devido a um traumatismo grave. Da memória deste fervoroso adepto dos Eagles de Philadelphia desapareceu uma participação do clube no Super Bowl e a demolição do antigo estádio. Ninguém, em sua casa, lhe fala de Nikki, a sua mulher, e até o seu novo terapeuta parece incitá-lo ao adultério. Tudo assume um aspeto cada vez mais estranho. Como a pouco e pouco se vai revelando, anos da sua vida tinham-se pura e simplesmente apagado. Apesar disso, Pat não se deixa desviar daquela que acredita ser a missão de autoaperfeiçoamento. "O lado bom da vida" é uma narrativa vibrante e intensa que nos oferece uma visão refrescante sobre sentimentos de perda, depressão e amor.


Como este foi o livro lido na 1ª Edição do Clube de Leitura (em Fevereiro de 2013), essa resenha está realmente MUITO atrasada. O Clube ainda teve mais uma edição, mas como já devem saber, mas acabou sendo cancelado antes da 3ª edição, devido a minha falta de tempo para a organização do grupo. Mas de qualquer maneira, resolvi terminar o post e publicar.

Então, vale lembrar que esta resenha será  um pouco diferente, já que ela não vai contar unicamente com a minha opinião, mas com a opinião de todos os membros do clube que enviaram sua resenha por tanto, alguns trechos serão citados e seu autor indicado.

O Lado Bom da Vida trata de uma boa história e uma leitura rápida que passa uma mensagem muito bonita de superação dos problemas, mas ao mesmo tempo utiliza uma linguagem repetitiva e infantil que incomodou a maioria dos leitores. Mas entendemos que esta era exatamente a intenção que o autor queria ao escrever em primeira pessoa: nos fazer entender o mundo através dos olhos de Pat, seus problemas, suas dúvidas e seu comportamento compulsivo e repetitivo.

"Achei a narrativa totalmente condizente com a personalidade do Pat. O modo como ele vê a vida é um tanto quanto ingênuo, sonhador e, por isso mesmo, cativante. Às vezes, tinha a impressão de estar ouvindo (lendo, rs) uma criança falar."
Manuela Monjardim  - sobre a narrativa
O autor soube descrever o cansaço, o saco, o inferno de se pensar as mesmas coisas, cada hora do dia, todo dia, sem parar. Descreveu o inferno que também deve ser para as pessoas que convivem com ele (se a gente mal suportou ler o livro com as repetições, imagina conviver com alguém assim - em casa, no trabalho, na escola, no casamento).
Ana Dias  - sobre o comportamento obsessivo de Pat
As personagens também dão o que falar. O pai de Pat por exemplo, foi apontado como irritante e machista na maior parte do livro.


"Não gostei da atitude do pai do Pat que variava o humor de acordo com o resultado do time em campo. O cara é um idiota machista. Também deu pra notar que Pat agia da mesma forma antes e me irritei de verdade quando o terapeuta do Pat dizer a ele que “Nikki permitia que ele fosse abusivo com ela, não era culpa dele”. Ao menos o Pat resolveu mudar. Eu queria que a mãe dele tivesse pedido o divórcio pro pai do Pat. Estou com raiva daquele louco até agora."
Cristiane Franz  - sobre o pai de Pat. 
"Claro está que o pai dele sempre foi um fator de enorme stress para ele, o cara é doido de pedra e outra grande obsessão do Pat é agradar aquele pai neurótico e instável."
Ana Dias  - sobre o pai de Pat. 

Já Tiffany, foi a preferida pela maioria. (Parentese para elogiar a excelente atuação da atriz Jennifer Lawrence na interpretação dessa personagem, que por sinal, lhe rendeu um Oscar - e um tombo)
"O que me faz gostar ainda mais da Tiffany é esse doação de corpo e alma por um momento. Eu gosto de personagens reais, que são palpáveis pelas folhas. Personagens que dá pra gente se colocar no lugar deles e quase sentir a dor deles. São meus personagens preferidos e, pra mim, Tiffany é a personagem mais real do livro." 

Rebeca Maria - sobre Tiffany 


  • "Também gostei muitíssimo dela. Desbocada, excêntrica, livre. A única que gostei do começo ao fim.
    Nathalia Bonfim - sobre Tiffany

     Para resumir, dentre os pontos tidos como negativos pelos leitores em geral estão:

    - A utilização de descrições bem mais do que de diálogos, que acabam por deixar o texto cansativo;

    - O excesso de detalhes sobre futebol americano, pois para quem não gosta ou mesmo desconhece o jogo, o texto acaba se tornando muito entediante;

    - Vocabulário infantil, repetição de termos,

    - A transformação da história dramática do livro em uma comédia no cinema. É lamentável que uma história que poderia ser bem retratada e bonita no cinema, foi feita de maneira que acabou por distorcer um pouco a moral da história.

    E dentre os pontos positivos estão:

    - A personagem Tiffany, de longe a melhor do livro;

    - O mistério em torno de Nikki, como e porque Pat estava numa clínica;

    - De modo geral, ser uma bonita história de superação da depressão gerado por um abalo grave, tanto por Tiffany, Pat e as famílias de ambos.

    Apesar de termos considerado o livro apenas bom, não podemos ignorar que a história nos faz pensar que nem sempre o que achamos que queremos é o melhor para nós. As reviravoltas da vida podem até parecer erradas no momento, mas podem nos levar para um caminho melhor. Esse é o caso do Pat. Ele tentou se prender em uma coisa achando que aquilo era o mais importante. Mas no fim ele já tinha a família, os amigos, a mulher, o apoio de todos. Tudo que ele precisava já estava lá.

    Uma citação do Pat deixa claro que ser positivo não vai fazer mal algum: 

    “... a maioria das pessoas perdeu a habilidade de ver o lado bom das coisas, embora a luz por trás das nuvens seja uma prova quase diária de que ele existe.”


    Este é um resumo do material que foi publicado no fórum.
    Para ler todas as resenhas publicadas pelos membros clique aqui.


    Nota final do livro: (Bom)««««« 

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário